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Smiley face

Steven Moffat, Mark Gatiss e Andrew Scott comentam os vários aspectos do incrível vilão de Sherlock. 
Créditos: PBS - Masterpice
Tradução: Sherlock Brasil
UM NOVO MORIARTY

Steven Moffat: Nós escrevemos uma cena pra audição - que acabava bem parecida com a cena da piscina - com todos os trejeitos e momentos psicóticos de Moriarty. Foi Andrew quem conseguiu dar-lhes vida.
Mark Gatiss: Nós decidimos fazer Moriarty um nemêsis mais estranho e mais jovem para o nosso herói, mas a leitura de Andrew para o papel deixou a todos embasbacados. Ele é um ator que eu admiro há muito tempo e ele tem esse incrível blend of charm, impishness e uma malevolência absolutamente sangue-frio.

Moffat: O problema com o Moriarty de Doyle é que o personagem é muito bem-sucedido. Quase todo super-vilão que o seguiu, falava quase da mesma maneira que ele. Presunçoso, arrogante, aparentemente cortês. Repetir isso ia parecer um cliché. Então Mark e eu tomamos a decisão de ter um Moriarty psicótico, imprevisível, assustador e genuinamente louco.
Andrew Scott: Por eu ser fisicamente diferente diferente da pessoa que se escolheria [como Moriarty], pode ter parecido uma escolha surpreendente. Por isso, eu não queria mesmo fazer uma cópia de algum outro vilão. Daí eu não vi nenhuma das diferentes encarnações de Moriarty. Eu meio que me arrisquei nesse sentido, indo na direção da escuridão que eu achei que havia em mim.


SE ESCONDENDO À VISTA

Andrew Scott: Você tem que ser bem econômico com Moriarty, e eles foram muito inteligentes nesse sentido, em não usá-lo demais. Então foi muito importante pra mim fazer sua presença ser bem sentida em cada cena onde ele aparece. Tem uma expressão ótima que Steven Moffat e Mark Gatiss usam, "se esconder à vista".

Mark Gatiss: Nas estórias originais, ele é um homem bem mais velho, seus "cotovelos rodaram em muito estudo". Nós achamos que seria ótimo fazê-lo um stalker de Sherlock!

Quando estávamos fazendo o piloto, nos apaixonamos pela personagem Molly Hooper e seu desesperançoso amor por Sherlock. Eu tive a ideia de dar a ela um namorado como troféu, que Sherlock imediataente deduzisse ser gay! Era uma piada fora de contexto mas que acabou levando à idéia de que poderíamos encontrar Moriarty pela primeira vez daquela forma - literalmente a última pessoa que você imaginaria.

O MORIARTY FÍSICO

Mark Gatiss: Logo no início eu falei para Andrew manter seu sotaque irlandês, já que Moriarty é um nome irlandês e eu achei que seria bacana. Ainda, como uma referência às histórias originais, eu pedi que ele fizesse o movimento de oscilação de cabeça característico, que Conan Doyle descreve. Uma referência literal, eu acho!

BRINCALHÃO & PERIGOSO

Steven Moffat: [Moriarty] não se importar em se arriscar é a coisa mais perigosa de todas. Jogar contra Sherlock Holmes e parecer quase entediado com a possibilidade - fazendo piadas na cara do genial detetive - é muto deslocado.

Mark Gatiss: Pessoas ruins não sabem que são más. Elas acham que estão CERTAS! Ele só está se divertindo. Qualquer coisa que o distraia da dreary monotonia da existência.

Steven Moffat: Ele não está nem aí. Eu sempre fico voltando a isso. Ele está jogando porque está entediado - uma criança má e sem limites. Um psicótico eufórico!

Andrew Scott: Ainda que ele seja um super-vilão internacional, acho que ele tem um enorme prazer no que faz. Então era importante que eu realmente me divertisse e nós seguimos a direção de que Moriarty está mesmo jogando, não sendo sério. E aí às vezes você acha que ele está sendo muito sério...às vezes ele é extremamente assustador e às vezes é apenas charme.

TÃO INSTÁVEL

Mark Gatiss: Se você é terrivelmente inteligente, então o que resta a você? Andrew o incoulou com um tremendo sendo de aborrecimento. Que o mundo é muito pequeno, muito comum, muito chato pra ele. Então ele vai atrás de qualquer tipo de distração. Sherlock é a única pessoa que pode chegar remotamente perto do seu nível de genialidade, então ele gosta do jogo, durante algum tempo.

Steven Moffat: De novo, é a coisa do poder. [Moriarty é] absolutamente confiante de que pode ter qualquer coisa sem esforço. Consistência é para pessoas que se importam. Pessoas que não estão nem aí sobre nada são as mais assustadoras de todas.

Mark Gatiss: Vale a pena dizer que houve algumas coisas que influenciaram na criação dele. Uma delas (que funciona igualmente pra Sherlock) é a história que Isaac Newton era tão inteligente, tão repleto de ideias que toda vez que ele acordava de manhã, precisava se sentar no pé da cama com a cabeça entre as mãos, para deixar sua mente se "ajeitar". Eu acho essa ideia muito empolgante e nós queríamos que Moriarty tivesse algo dessa qualidade. Em segundo lugar, eu me lembro de assistir uma entrevista com Peter Sellers quando criança, e ele disse uma coisa extraordinária e assustadora. Ele era um camaleão, um armazém para outros personagens e seus trejeitos, e ele disse ao entrevistador "eu ACHO que é a minha voz". Como uma alma perdida que não sabe mais o que é. Esse senso de ser humano vazio com algo obscuro e terrível dentro, Andrew pode fazer como ninguém.

Andrew Scott: Como muita gente que possui algum tipo de distúrbio emocional, ele pode ser massivamente desequilibrado, e eu acho que ele se sente confortável em ser capaz de desafiar Sherlock. Acho que ele é alguém com acesso imediato à maneira que ele se sente.
É esse o medo, de se sentir desajustado, não é "eu sei do que se trata e sou capaz de lidar com isso". Se você não sabe o que é algo, então você fica mais "Hm..como eu deveria me sentir?!" E se você pode incrementar isso, e foi o que eu tentei fazer com Moriarty, jogar com isso durante as temporadas, e esperar que a audiência sentisse.

SHERLOCK E MORIARTY


Steven Moffat: Este é o cara que força Sherlock Holmes a se transformar em um herói. Na nossa série, como no original, Sherlock é apresentado como sendo frio, racionalmente amoral, fascinado pelo jogo por seu próprio prazer, indferente ao bom e ao mal. É preciso que Moriarty o leve ao ponto onde ele colocará sua própria vida na linha, por amor aos seus amigos e pelo o que ele acredita que é certo.

Mark Gatiss: É um cliché dizer que eles são os dois lados da mesma moeda mas é verdade. Sherlock escolhe um lado diferente no jogo, talvez porque seja mais difícil ser bom! Ultimately, apesar, Sherlock percebe que ele é diferente de Moriarty. Ele se importa com as pessoas - ainda que ele nunca irá ser como nós.

TRABALHAR COM BENEDICT

Andrew Scott: Por Moriarty ser tão inteligente e brincalhão, eu precisei contar com que era brincadeira pra mim. Tive várias ideias, li o roteiro centenas de vezes, mas depois você só pode esperar e ver o que vai acontecer, e ver o que Benedict vai fazer. Porque eu precisava ser um pouco imprevisível, definitivamente tive que tentar certas coisas que funcionaram algumas vezes, e algumas vezes foram muito constrangedoras. E aí nós dávamos umas boas risadas.


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