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Encontro com Mark Gatiss - Livraria Cultura Cine Vitória (RJ: 14/3/2014)


Tudo começou, lógico, com a fila: com  a contínua diminuição do número de lugares disponíveis ao logo da semana, algumas pessoas se esforçaram ao máximo para conseguir uma chance, e o primeiro grupo de fãs chegou por volta das 4h30 da manhã. Eu planejava estar lá às 6h30, mas me mandaram uma mensagem às cinco dizendo que já tinham umas 20 pessoal na porta da livraria; saí de casa correndo e, ao chegar lá, em torno de 5h50, eu já era a 50 ª pessoa na fila.

A espera no começo foi bem calma, muita gente já estava conversando e fazendo amizades. Mas encheu de verdade e a fila deu a curva, começaram os boatos de gente entrando na frente dos que tinham chegado mais cedo, por vezes alegando que "estavam guardando lugar para mim" ou até mesmo se mesclando a outros grupos. A calçada ficou bem tumultuada; depois da distribuição de senhas, algumas pessoas que vieram de bem longe reclamaram da quantidade de ingressos e dos fura-filas. A Livraria Cultura acabou cedendo e distribuiu todos os lugares que haviam sido reservados. Já na sala, tinham vários sentados ao longo das escadas.

Também teve mais um pequeno tumulto, mas lá dentro, quando a livraria foi aberta, na corrida pelas compras de produtos da BBC para conseguir os brindes importados. O DVD da 3ª temporada de Sherlock foi o que acabou mais rapidamente. Os outros disponíveis eram os do filme An Adventure in Space and Time e do especial The Day of the Doctor. Pelo resto da tarde, a Cultura ficou com bastante movimento, mas bem calma. Era muito legal ver tanta gente com roupas customizadas de Sherlock e Doctor Who, alguns de cosplay, passeando, lendo e conhecendo outros fãs pela livraria!

Às 17h já estava se formando outra fila, dessa vez ao longo da rampa em espiral da loja, para a entrada no auditório. Começamos a entrar de fato a partir das 18h; na porta, ofereceram walkmand com a tradução simultânea para quem precisasse ( e estivesse com carteira de identidade em mãos).

Pedro Abanto (BBC) com Elizabeth Pereira, Daniele Ribeiro (à direita) e fãs.
Depois de alguma espera, teve a exibição de O Carro Fúnebre Vazio. que foi uma loucura! A platéia vibrava e gargalhava em todas as cenas - se não fossem as risadinhas antecipadas, alguém poderia pensar que era a primeira vez que estávamos assistindo ao episódio! Quando os créditos começaram a rolar, um monte de gente aplaudiu e assobiou a exibição de pé, e nesse exato momento Mark Gatiss entra no auditório e desce as escadas, o que faz os gritos e aplausos aumentarem ainda mais; até demorou um tempinho para que todo mundo finalmente parasse e o evento pudesse ser introduzido de fato. Mark parecia animado com toda a agitação.

Depois que tudo se acalmou e a apresentação começou definitivamente, Mark se dirigiu à uma das poltronas, já se envolvendo com o público de maneira muito amorosa, perguntando se todos iriam entendê-lo bem (pareceu impressionado quando viu que tantos lá já falavam inglês). Uma fã nas primeiras fileiras perguntou bem alto se ele estava curtindo o Rio, ele falou que estava adorando a cidade, mas que o que mais tinha visto dela era o trânsito – ele disse que ainda tinha 16 anos quando começou a viagem do Rio Content Market na Barra para o Centro (“I was sixteen when it started..."). Ele também comentou que estranhou o gosto da caipirinha e que gostaria de um chá gelado, mas tudo o que conseguiram para ele foi um chá comum com gelo! Mark já passou na praia e comentou a beleza dos meninos cariocas; se bem que não passou muito tempo porque estava quente demais.

As mediadoras Yasmine e Clara do Universo Who logo depois foram para o palco, para fazer várias perguntas já pré-selecionadas; elas e Mark ficaram um tempo sentados na ponta do palco (tão pertinho da gente!!) para permitir que a exibição de vídeos entre as perguntas, mas ele mesmo disse que esses só estavam atrapalhando a conversa e pediu para que subissem a tela.



Entre os assuntos discutidos sobre Sherlock, Mark falou sobre o relacionamento entre Mycroft e o irmão, como foi bastante inspirado no filme de Billi Wilder,  A Vida Íntima de Sherlock Holmes; os dois, ao contrário do que muitos possam pensar, possuem sentimentos mas preferem isolá-los, sendo Mycroft bem melhor nisso do que Sherlock. De acordo com Gatiss, Mycroft se importa sim com Sherlock, talvez não no sentido de preocupação, mas com o valor intelectual do irmão. Segundo ele, Mycroft é um pouco frustrado por Sherlock preferir ser um detetive a ter um cargo no governo. Também comentou como é ótimo trabalhar com Benedict, pois mesmo depois de fazer filmes tão grandes como Álbum de Família, Star Trek, etc., ele adora participar do programa, e é sempre muito adorável.

Por falar em irmãos, uma pessoa da plateia perguntou a Mark sobre a possibilidade de Harry, a irmã de John aparecer na série. Ele comentou que foi um erro deles não terem escalado o elenco para a família de John e por isso não apareceu ninguém no casamento, mas a possibilidade de vermos Harry é algo muito interessante a ser discutido. Ele ainda comentou que acredita que Sherlock e Harry se dariam muito bem!

Depois de um tempo na entrevista, ele ficou encantado com a quantidade de vezes que a plateia fazia “ooooowwwnn!!!”. Passou a empregar a expressão também; e fez piada quando perguntaram se os rumores de que o ator Tom Hiddleston iria participar do programa futuramente como o terceiro irmão Holmes eram verdade, dizendo ironicamente que boatos na internet são fontes confiáveis (“Um boato de internet? Ah, só pode ser verdade!"). E Mark também adorou a ideia que teve quando alguém perguntou se o buldogue de John apareceria na série – inicialmente, disse que já tinha o bebê para pegar esse lugar, mas que talvez o cachorro poderia entrar e devorar o bebê. “Uma boa solução!”, ele disse. A platéia concordou!

Perguntaram qual era o episódio preferido dele; Mark de início respondeu Um Escândalo na Belgrávia, mas depois foi falando das melhores partes das temporadas e disse que ama todos (“Amo todos!). Quando questionado se ele e Moffat um dia pensam em fazer histórias originais na série, Mark falou que, na verdade, todo o programa é uma história original, porém com os personagens e elementos de Arthur Conan Doyle. Até pediu para olharmos rapidamente para Seu Último Juramento, em que praticamente apenas o começo do roteiro tem ligação direta com os livros em questão de enredo.


Mark falou também algo interessante sobre como manter a audiência interessada depois de tanto sucesso: sobre como a chave mais importante para isso é o desenvolvimento dos personagens. É impossível manter tudo na mesma durante todos os anos, pois o produto acaba se esgotando e porque isso nunca acontece na vida real. É importante que Sherlock Holmes continue evoluindo e “se tornando mais humano”.

E o Moran? Por que ele foi tão subutilizado em O Carro Fúnebre Vazio? Mark afirma que esse personagem era apenas uma versão menos inteligente de Moriarty, e que não valia à pena fazer um confronto entre ele e Sherlock, pois não ficaria tão interessante; mas sim, a ideia dele pode ser usada futuramente. Outra coisa interessante foi a questão das teorias falsas demonstradas no episódio; ele e Moffat decidiram por esse formato porque queriam tirar o foco da questão “como ele conseguiu?” e passar para o que considerava mais importante – se entregassem a resolução logo de cara, muitos perderiam a curiosidade cedo demais. Então passaram a questão disso mais para frente e, quando chegou a hora de mostrar a possível resposta verdadeira para a sobrevivência à queda, ela já não era mais tão importante para o público.


Depois da conversa (que pareceu tão curtinha!), começou a organização para os autógrafos. Todos ficaram na sala assistindo (ou não) a Um Escândalo na Belgrávia  enquanto grupos de dez em dez iam para a fila, só podendo autografar um produto, e que fosse apenas algum DVD ou algum dos pôsteres que ficou à venda na livraria de manhã. A organização do evento estava meio apressada; as fotos deviam ser feitas por alguém da fila e tinha que ser muito rápido. Mas valeu a pena, o Mark é muito adorável: foi simpático com todos, dando atenção a cada fã com bastante dedicação. Ele pareceu bem surpreso quando eu entreguei o livro que nós do Sherlock BBC Brasil conseguimos para ele, e adorou a ideia de um “brazilian pastiche”. Mas mal teve tempo de falar “that’s lovely, thank you!” antes de me tirarem de lá.

A livraria já estava fechada quando saímos, mas muita gente continuou na porta por um tempo e alguns conseguiram entrar para uma foto em grupo com Gatiss; foi um evento meio confuso e tumultuado no começo, mas com certeza valeu à pena estar lá, só para ver e ouvi-lo falar. Esperamos que depois de todo esse sucesso a BBC passe a investir cada vez mais não só em eventos como também em produtos por aqui, e que outras cidades além de Rio e São Paulo consigam receber essa atenção!


Assista nossos vídeos do evento:


E outros vídeos que caíram na net:

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